MFC precisa interferir na comunidade para saber os fatores das doenças

8 de dezembro de 2017

Vocês imaginam o que é ser o Secretário da Saúde de uma cidade como São Paulo? Dentro desse cenário, São Paulo tem 11,5 milhões de habitantes e a população privadas de planos de saúde é de 6,5 milhões, o que significa uma necessidade de reestruturação na MFC. Foi com esses dados que Wilson Pollara, Secretário Municipal da Saúde de São Paulo, abriu sua apresentação no debate “Perspectivas para atuação do médico de família e comunidade no SUS do Estado de São Paulo”, promovido pela APMFC, dia 5 de dezembro.

Hoje, o município conta com 448 UBS de vários tipos, desde 50 m² até uma que tem 11 equipes e é quase um hospital. “É preciso equalizá-las. Desse total, 124 são tradicionais, com equipes formadas por pediatra, ginecologista e clínico geral e reagem de acordo com a demanda da pessoa, sem a finalidade que foram apresentadas. Na realidade quando você  entende o que um médico de família faz, há um outro sentido na consulta”, explica.

No município, 335 unidades têm a ESF com 1200 equipes. A meta é expandir para 1600 equipes, chamando os médicos que já fizeram concurso e abrir mais um concurso para 300. “É uma pena que a maioria não seja MFC, mas sim generalista, e não tem o preparo da especialidade, uma visão mais ampla do que poderíamos imaginar. A necessidade da estrutura do MFC é fundamental”, comenta.

Um programa para celular que está em elaboração em parceria com a Samsung. “Estamos comprando nove mil celulares e vamos ter toda a sequência de agendamento, inclusive o preenchimento do que o precisa fazer. Vamos ter a UBSs em suas mãos. Essa ausência de dados dificulta o processo, não sabemos quantos pacientes estão em quimioterapia e outros procedimentos, cada novidade em números é um susto, não há nenhum tipo de controle. E se não tivermos os ACS para informar a real necessidade daquela população, nunca vamos saber”.

Ainda segundo Pollara, o MFC precisa interferir na comunidade para saber os fatores daquela doença. O médico não vai dizer que é preciso emagrecer 10 quilos dar uma receita.  É preciso o acompanhamento. “A questão do fumo, droga, gravidez indesejada, temos um grande trabalho para o médico que vai mudar a historia da saúde via ESF. Temos dinheiro para isso”.

“Temos o AMA que tem um resolutividade quase zero. Não tem prontuário, não tem segmento, acompanhamento. Em São Paulo, são 108 AMAs que custam R$ 1 bilhão por ano. Se transformá-los em boas UBS e as 24h em boas UPAs, a saúde melhora.

 

Cada prefeito que chegou trouxe um nome diferente para cada projeto. As clínicas voltarão a se com a nomenclatura padrão: UBS/ UPA e AME. O AMA tem retorno, prontuário, exames e com orientação para o MFC com suporte. E além de orientar a saúde da população, aliviar as portas dos nossos prontos-socorros.  “Vamos aumentar a demanda espontânea para que o paciente possa procurar a unidade  básica e não fique com aquele agendamento fixo e congelante. Estamos contribuindo e contamos muito com a APMFC”, conclui.