Editor da RBMFC comenta apoio da Faperj

25 de março de 2014

Confira abaixo entrevista com o editor da RBMFC, Armando Norman, sobre o apoio da Faperj à RBMFC.

1) Como se deu este apoio e incentivo à RBMFC? Como ocorreu o processo?

Armando Norman: Quando assumimos a Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (RBMFC), havia o problema de garantir o seu financiamento, visto que a SBMFC, instituição mantenedora do periódico, tem seu orçamento comprometido com várias outras atividades igualmente importantes. Pensamos que a captação de recursos junto às fontes de fomento é uma medida estratégica para o crescimento e sobrevivência do periódico, o que possibilita maior independência orçamentária. 

 

Porém, para podermos concorrer a qualquer incentivo de apoio a periódicos havia a necessidade de implementar algumas mudanças, tais como a criação de uma nova identidade visual, além de manter rigorosamente a periodicidade da RBMFC. Outro aspecto importante foi redirecionar o perfil do periódico para a sua especificidade, de modo que ele pudesse dialogar com as necessidades da especialidade em Medicina de Família e Comunidade (MFC), e os profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) e Estratégia Saúde da Família (ESF), área que outros periódicos da saúde pública ou saúde coletiva tem pouco aporte. Uma vez implantadas essas principais melhorias, foi possível criar um plano para os próximos dois anos e esse planejamento permitiu que nós pudéssemos atender aos principais requerimentos do Edital Faperj.

 

Quanto ao processo em si, foi uma força-tarefa escrever e adaptar nosso planejamento interno aos detalhes dos requerimentos do Edital Faperj. Um trabalho conjunto onde o comprometimento de cada um contribuiu para que tivéssemos sucesso nesse importante processo de captação de recursos. Por exemplo, o Professor Doutor Carlos Eduardo Aguilera Campos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi muito solícito em apoiar nossa candidatura, além de nos auxiliar na interface e requerimentos junto a Faperj. Importante mencionar a adesão à proposta pelos professores doutores Charles Dalcanale Tesser, Luiz Felipe Pinto e Paulo Poli Neto. Porém, o trabalho mais detalhado do projeto foi concentrado em mim e nas editoras adjuntas Josane Norman e Thayse Palhano de Melo, com o auxílio do bibliotecário David Milhomens no levantamento da documentação/orçamentos necessários à candidatura. Importante também ressaltar o apoio e a liberdade que a atual diretoria da SBMFC nos ofereceu, confiando na equipe.

 

Outra conquista importante a ser mencionada nesse processo de qualificação é que a RBMFC contribuiu para a comunidade científica ao atualizar junto à Bireme o descrito “Programa Saúde da Família” para “Estratégia Saúde da Família”, bem como, pela inclusão do descritor Classificação Internacional de Atenção Primária (CIAP) no DeCS.

 

2)Qual é a importância do apoio da FAPERJ para a RBMFC e para a especialidade?

Armando Norman: A importância de termos conquistado o apoio da Faperj é um reconhecimento do nosso trabalho e de como a RBMFC melhorou nesses quase dois anos, principalmente o trabalho de bastidores da Josane Norman, que tem se dedicado muito nos aspectos organizacionais, tanto na padronização de pareceres e do conteúdo do website, como no processo de avaliação e revisão por pares da revista.  De certa forma, premia também nossos revisores “ad hoc”, que tem feito um esforço enorme para melhorar a qualidade dos manuscritos, uma vez que o trabalho deles retroalimenta a nossa responsabilidade na melhoria do processo editorial. Estamos nos candidatando à biblioteca eletrônica e base de dados da Scientific Electronic Library Online (SciELO) e caso a RBMFC seja contemplada no processo, seria uma forma de demostrar aos nossos avaliadores o compromisso com a qualidade e os requerimentos assumidos junto a QUALIS Capes para melhoria longitudinal do periódico. Esse processo deve também atrair mais pesquisadores a publicarem seus estudos na RBMFC, visto que a revista cada vez mais conquista seu espaço junto à comunidade científica. Em suma, trata-se de um efeito em “bola de neve” com o qual a RBMFC tende a crescer, melhorar em qualidade, e firmar-se como um período preferencial para aqueles que fazem suas pesquisas na APS/SUS.

 

A importância para a SBMFC é que o processo de academização requer que a especialidade mantenha um periódico cientifico de qualidade no qual os acadêmicos da área da saúde, graduandos e pós-graduandos em medicina, possam utilizar a RBMFC como espaço de aprimoramento para sua formação. Também, com as novas diretrizes curriculares (DCN), em que os alunos de graduação têm contato precoce com a APS/ESF, a RBMFC pode fortalecer a identidade da própria especialidade ao se tornar veículo de consulta preferencial, tanto para os profissionais da APS como para graduandos e pós-graduandos na área da saúde.

 

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