Diarreia

DIARREIA

 

Definição

É o aumento do volume das fezes, diminuição na consistência ou aumento de aquosidade e/ou aumento da freqüência das evacuações. A diarreia possui várias causas como: hipertireoidismo, remoção cirúrgica de parte do intestino ou do estômago, secção do nervo vago no tratamento de úlceras, derivação de bypass cirúrgica de parte do intestino, medicamentos, aumento de bactérias no intestino, vírus, verminose, certos tipos de alimentos, estresse. Os sintomas incluem desconforto abdominal, cólica, plenitude, excesso de flatos, náusea e vômitos. Pode haver presença de sangue ou pus na diarreia o que chamamos de desinteria.

 

Classificação

1. Diarreia osmótica – presença de moléculas solúveis em água que levam a retenção osmótica da água.
2. Diarreia secretória – aumento da secreção dos fluídos isotônicos da mucosa intestinal.
3. Diarreia exudativa – áreas inflamadas do intestino podem causar secreção de substâncias como pus, soro, muco e pus, causando diarreia.
4. Diarreia motora – ressecção intestinal ou fístulas enteroentéricas.

A diarreia segundo a origem é classificada em alta com volume grande evacuado contendo restos alimentares, baixa freqüência, cessa após jejum, esteatorréia e distenção abdominal e; baixa contendo volume pequeno de fezes, não cessa após jejum, eliminação de muco pode ocorrer, freqüência grande.


Do ponto de vista prático precisamos saber se a diarreia é aguda ou crônica:


1. Aguda – geralmente causada por vírus, bactérias ou parasitas; alimentos contaminados, alimentos com grande quantidade de fibras, café, chás, refrigerantes, leite e seus derivados, chocolate; medicações como antiácidos, laxantes; ingestão de açúcares não absorvíveis; isquemia intestinal; impactação fecal; inflamação pélvica.


2. Crônicas – têm como causas doenças inflamatórias do intestino, cânceres intestinais, alterações da imunidade como AIDS, alergias alimentares.

 

Diagnóstico

História clínica e exame físico. No caso de diarreias que demorem mais que 15 dias para melhoras utilizar exames complementares como, pesquisa de sangue oculto nas fezes, coprocultura, exames complementares para diagnóstico de outras doenças que possam estar causando diarreia.

 


Importância epidemiológica e social

A diarreia pode causar desidratação e ser motivo de internações principalmente em crianças e idosos. Isso leva a um gasto com a saúde, perda de dia de trabalho. No caso de diarreia crônica leva a expoliação de sais minerais, anemia, mal estar constante, retraimento social, depressão, desenvolvimento escolar e no trabalho abaixo do esperado.

 

O que eu posso fazer?

  • A primeira conduta que se deve ter em mente é não tomar medicamentos que cessem a diarreia sem consultar o médico. As diarreias na maioria das vezes melhoram sozinhas, ou seja, são autolimitadas e, tomar medicações para cessar a diarreia pode fazer com que o organismo mantenha dentro de si toxinas que quer expulsar piorando o quadro do paciente.
  • Tomar bastante líquido, principalmente as crianças e idosos para evitar a desidratação.
  • Alimentar-se com alimentos leves.
  • Evitar alimentos estimulantes do trânsito intestinal como café, refrigerantes, leite e derivados, doces, comidas gordurosas.

 

Como eu posso prevenir?

  • Lavar as mãos antes das refeições.
  • Usar calçados.
  • Higiene no preparo de alimentos.
  • Acondicionar bem os alimentos para evitar que estraguem.
  • No caso de intolerância a algum alimento evite seu consumo.
  • Fazer acompanhamento periódico das doenças que podem causar diarreia, seguindo sempre as orientações médicas.
  • Beber água filtrada ou fervida.
  • Evitar tomar banho em rios ou piscinas sabidamente contaminados.
  • Higiene pessoal.

 

Quando devo procurar meu Médico de Família e Comunidade?

  • Quando a diarreia persistir por mais de sete dias.
  • Quando apresentar sintomas como febre, muco ou pus nas fezes.
  • Quando apresentar sintomas que debilitem o estado geral como palpitações, boca seca, cólicas, vômitos, sudorese, mal estar geral.
  • Quando a diarreia for crônica, podendo apresentar outras doenças como causa.

 

O que minha comunidade pode fazer?

  • Lutar por redes de esgotos e água tratada para a comunidade.
  • Não poluir os rios jogando lixo em suas encostas.
  • Não utilizarem água de poços não tratada e, mesmo assim é necessário filtrá-la ou fervê-la.

 

Autor: Zeliete L. L. Zambon

 

 

Bibliografia

• BENNETT J. C., PLUM F. et al. CECIL-Tratado de Medicina Interna – Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 20ª edição, 1996.
• DANTAS R. O. Diarreia e Constipação Intestinal. Medicina, Ribeirão Preto, 37: 262-266, jul./dez. 2004.
• M. Tierney Jr., Stephen J. McPhee, Máxime Papadakis e autores associados Diagnóstico e Tratamento 2001: um livro médico LANGE/ editado por Lawrence. – São Paulo: Atheneu Editora, 2001.