Mesa-redonda reforça necessidade de fixar médicos em áreas rurais

3 de abril de 2014

Na tarde de hoje (3/4), congressistas do Wonca Rural 2014 assistiram palestras de Ian Couper, da África do Sul, Giliate Cardoso Coelho Neto e Nilson Massakazu Ando, sobre a medicina rural e o problema da interiorização. Mediada por Leonardo Targa, a mesa-redonda promoveu discussões sobre estratégias para fixação de médicos em áreas rurais diversas.

Couper apresentou os resultados obtidos por meio de uma nova política desenvolvida na África do Sul que, entre oito objetivos estratégicos, enfoca também a implementação de ações em prazos diferenciados. “A melhora na distribuição dos médicos precisa de planejamento a longo prazo, mas para os políticos é difícil ser feito porque os mandatos duram só cinco anos. É necessário que haja mais recursos para a área rural para que consigamos igualá-la ao ambiente urbano”, afirmou.

Para Coelho Neto, o panorama da medicina hoje é preocupante, por ela ser altamente especializada e urbana, o que desencadeia grandes desafios para a medicina rural. O especialista também enfatizou que nas áreas rurais é primordial que o governo da região disponibilize um transporte de qualidade para os profissionais chegarem à população para realizar o atendimento.

Na palestra de Ando, foi ressaltado que é essencial que o governo, assegurando adequada participação social, assuma a responsabilidade da criação e sustentação de políticas públicas direcionadas para a iniquidade da situação das populações rurais e essas políticas devem ser adequadas regionalmente e, por muitas vezes, localmente. “Devem ser adotadas estratégias múltiplas ao invés de iniciativas isoladas. São necessárias estratégias de valorização do profissional rural para fixar os médicos nas localidades.”