Para ter controle, dependente alcoólico deve ter monitoramento por toda a vida

16 de fevereiro de 2016

 O alcoolismo é uma dependência química e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os níveis seguros de consumo de álcool são de três doses por dia para homens, não excedendo 15 doses semanais; e duas doses por dia para mulheres, não excedendo 12 doses semanais. Uma dose equivale uma lata de cerveja, 140ml de vinho ou 20ml de destilado. Pessoas que bebem até 56 doses semanais são consideradas bebedores problema, acima disso já é classificado como dependente químico.

 

“A pessoa dependente de álcool (ou mesmo o que abusa) pode ter problemas sociais, perda de produtividade laboral, conflitos familiares e acidentes, principalmente no trânsito. O álcool está associado a maior incidência de neoplasias de trato digestivo, a cirrose hepática, a hemorragia digestiva. Pode ser causa de distúrbios comportamentais e levar e perda cognitiva”, explica Hamilton Wagner, médico de família, membro da Sociedade Brasileira de Família e Comunidade (SBMFC).

 

O médico de família pode fazer o diagnóstico de situações de risco e identificar os pacientes dependentes, além de promover medidas educativas e tratar os casos passíveis de manejo ambulatorial. Wagner complementa que não há cura de dependência química, apenas controle. Se alguém tem problemas com álcool deve abster-se do mesmo pelo resto da vida. São raros os casos em que um alcoolista consegue voltar a um consumo social do álcool. “É necessário monitorar e apoiar paciente e famílias que apresentam este tipo de problema, há uma forte tendência familiar para repetir este tipo de padrão”, explica o médico que atua no Paraná.