Dieta e perda de peso podem reverter a aterosclerose da carótida?

A aterosclerose da carótida é uma doença custosa com sequelas significativas, incluindo derrame. Um grupo internacional de pesquisadores testou se intervenções dietárias para perda de peso induzem a regressão da aterosclerose da carótida.Eles administraram o estudo Dietary Intervention Randomized Controlled Trial-Carotid (Ensaio Clínico Randomizado de Intervenção Dietária- Carótida – DIRECT-Carotid), um estudo de dois anos de duração em que os participantes foram randomizados em dietas de baixa gordura, mediterrânea, ou baixo carboidrato e foram acompanhados para mudanças na espessura íntima-média da artéria carótida e volume de parede da veia carótida (VWV) medidos por ultrassom.

Os pesquisadores relatam que: "De 140 imagens completas de participantes (com idade de 51 anos, índice de massa corporal 30 kg/m2, 88% homens), o VWV de linha de base mais alto da carótida foi associado a maior espessura íntima-média, idade, sexo masculino, peso de linha de base, pressão sanguínea, e níveis de insulina. Depois de 2 anos de intervenção dietária, observamos uma regressão significativa de 5% no VWV médio da carótida (-58,1 mm3), sem diferenças entre os grupos de baixa gordura, mediterrânea, ou baixo carboidrato (-60,69 mm3, -37,69 mm3, -84,33 mm3, respectivamente). A média de mudança na espessura íntima-média foi de -1,1%. Uma redução na taxas de apolipoproteína B100 para apolipoproteína A1 foi observada no grupo de baixo carboidrato se comparado ao de baixa gordura. Os participantes que exibiram regressão do VWV (média de diminuição, -128,0 mm3) comparados aos participantes que exibiram progressão (média de aumento, +89,6 mm3) alcançaram maior perda de peso (-5,3 versus -3,2 kg), maiores diminuições na pressão sanguínea sistólica (-6,8 versus -1,1 mm Hg) e homocisteína total (-0,06 versus +1,44 μmol/L), e um aumento maior da apolipoproteína A1 (+0,05 versus -0,00 g/L). Em modelos de regressão multivariados, apenas a diminuição na pressão sanguínea sistólica permaneceu um indicador modificável independente significativo de maior regressão subsequente tanto dos níveis de VWV da carótida (Beta=0,23) e de espessura íntima-média (Beta=0,28)."

Os autores concluíram que: “Dietas de perda de peso por dois anos podem induzir uma regressão significativa do VWV de carótida mensurável. O efeito é semelhante em estratégias de baixa gordura, mediterrânea, ou de baixo carboidrato, e aparenta ser mediado principalmente pelo declínio na pressão sanguínea induzido pela perda de peso.”

Este estudo resultou no achado promissor de que a perda de peso leva a melhorias nos achados de ultrassom para aterosclerose da carótida, embora ainda reste saber se há outros benefícios clínicos.

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Circulation 121:1200-1208, Março de 2010 © 2010 American Heart Association, Inc.
Dietary Intervention to Reverse Carotid Atherosclerosis. Iris Shai, J. David Spence, Dan Schwarzfuchs, et al. Correspondências para Iris Shai: irish@bgu.ac.il

Categoria: K. Circulatório, T. Endócrino/Metabólico/Nutricional. Palavras-chave: perda de peso, dieta, hipertensão, aterosclerose da carótida, estudo DIRECT- carótida, ensaio clínico randomizado, observatório de revistas.
Sinopse editada por Dr Paul Schaefer, Toledo, Ohio. Publicado em Global Family Doctor 9 de abril de 2010