O efeito do exame de mamografia sobre a mortalidade por câncer de mama na Noruega

Um desafio ao quantificar o efeito dos exames de mamografia sobre a mortalidade por câncer de mama é o fornecimento de grupos de comparação válidos. O uso de controle histórico não leva em consideração as tendências cronológicas associadas aos avanços na conscientização sobre o câncer de mama e seu tratamento. O programa de triagem de câncer de mama na Noruega foi iniciado em 1996 e se expandiu geograficamente durante os 9 anos subsequentes. Às mulheres entre 50 e 69 anos foram oferecidos exames de mamografia a cada 2 anos. Os autores compararam as taxas de incidência de morte por causa de câncer de mama em quatro grupos: dois grupos de mulheres que de 1996 a 2005 viviam em condados com triagem (grupo de triagem) ou sem triagem (grupo sem triagem); e dois grupos para comparação histórica que de 1986 a 1995 refletiram os grupos atuais.

Eles descobriram o seguinte: "Nós analisamos dados a partir de 40, 075 mulheres com câncer de mama. O índice de morte foi reduzido por 7.2 mortes por 100,000 anos-pessoa no grupo da triagem quando comparado com o grupo de triagem histórico (taxa de probabilidade, 0.72) e por 4.8 mortes por 100,000 anos-pessoa no grupo sem triagem quando comparado com o grupo de triagem histórico (taxa de probabilidade, 0.82), para uma relativa redução da mortalidade em 10% no grupo com triagem (P=0.13, não significativo). Então, a diferença na redução da mortalidade entre os grupos atuais e históricos que poderia ser atribuída à triagem foi de 2.4 mortes por 100,000 anos-pessoa, ou um terço da redução total de 7.2 mortes”.

Os autores concluíram: "A disponibilidade do exame de mamografia foi associada à redução da taxa de mortes devido ao câncer de mama, mas a própria triagem em si explica apenas um terço de uma redução total”.

Menos benefícios do que muitos gostariam de crer.