Risco cardiovascular das tiazolidinedionas

Na edição de 27 de abril de 2010 da Circulation há um Alerta Científico intitulado “Medicamentos com Tiazolidinediona e Riscos Cardiovasculares: Um Alerta Científico da Associação Cardíaca Americana e da Fundação da Faculdade Americana de Cardiologia” por Sanjay Kaul, Ann F. Bolger, David Herrington, Robert P. Giugliano, e Robert H. Eckel que assim começa: "O objetivo deste alerta científico é resumir os dados atualmente disponíveis relativos às tiazolidinedionas e ao risco cardiovascular, com foco no eventos de doença cardíaca isquêmica (DCI), e para fornecer recomendações práticas aos profissionais de saúde que busquem minimizar o peso da doença cardiovascular (DCV) e outras complicações para seus pacientes com diabetes mellitus tipo 2. Em 21 de maio de 2007, a Food and Drug Administration (Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA, FDA) publicou um alerta de segurança relativo a um possível risco aumentado de eventos cardiovasculares isquêmicos em pacientes com prescrição da tiazolidinediona rosiglitazona. Este alerta de segurança foi impelido pelos resultados de uma grande meta-análise que relatou que o tratamento com rosiglitazona resultou num aumento de 43% no risco de infarto do miocárdio (IAM) e num possível aumento no risco de morte cardiovascular. Estes dados foram particularmente alarmantes porque presumiu-se amplamente, embora não comprovadamente, que os efeitos metabólicos das tiazolidinedionas reduzia o risco de DCI. Subsequentemente, uma série de relatórios adicionais usando técnicas meta-analíticas alternativas, novas meta-análises, resultados recém-publicados de novos ensaios clínicos, e estudos observacionais tanto da rosiglitazona como da pioglitazona forneceram evidências variáveis relativas ao efeito adverso cardiovascular destes agentes. Em 14 de novembro de 2007, após uma reunião especialmente convocada do Painel Consultivo do FDA em 30 de julho de 2007, a agência decidiu não retirar a rosiglitazona do mercado. Eles emitiram novas informações de prescrição que incluíam um novo item de advertência quanto ao risco potencial de isquemia do miocárdio, particularmente em pacientes com doenças cardíacas que tomem nitratos, e em pacientes para os quais a rosiglitazona seja acrescentada a terapia de insulina estabelecida.

"A minimização do risco de doenças microvasculares e macrovasculares é um objetivo clínico crítico no gerenciamento de pacientes com diabetes. O controle da hiperglicemia é recomendado para reduzir complicações microvasculares; a obtenção de uma hemoglobina A1c abaixo de 7% sem causar hipoglicemia pode ser particularmente importante, se conseguida no início da doença e mantida com sucesso. Alcançar este objetivo glicêmico quando a modificação no estilo de vida não é o bastante exigirá a escolha de 1 ou mais agentes redutores de glicose. As medidas convencionais de redução de risco, tais como modificação no estilo de vida, uso de aspirina (especialmente em pacientes com DCV pré-existente), e os medicamentos adequados para baixar a pressão sanguínea e os lipídeos, têm benefícios comprovados na redução de doença macrovascular e salvam vidas; contudo, as evidências relativas aos efeitos de agentes redutores de glicose específicos nas doenças macrovasculares são limitadas e inconclusivas. Há evidências que sugerem um benefício macrovascular com a metformina, especialmente para pacientes diabéticos obesos, e algumas evidências inconclusivas de dano potencial da rosiglitazona mas não da pioglitazona. Para a maioria dos outros agentes redutores de glicose, há poucos dados ou nenhum dado que defenda o dano ou benefício em relação às doenças macrovasculares. "

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Circulation 121 (16): 1868-1877 © 2010 American Heart Association, Inc.
Thiazolidinedione Drugs and Cardiovascular Risks: A Science Advisory From the American Heart Association and American College of Cardiology Foundation. Sanjay Kaul, Ann F. Bolger, David Herrington, Robert P. Giugliano, e Robert H. Eckel.

Categoria: K. Circulatório, T. Endócrino/Metabólico/Nutricional. Palavras-chave: tiazolidinedionas, rosiglitazona, diabetes, doenças cardiovasculares, infarto do miocárdio, fatores de risco, revisão clínica.

Sinopse editada por Dr Paul Schaefer, Toledo, Ohio Publicado em Global Family Doctor 18 de maio de 2010. Traduzido para o Português pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, revisão técnica por Leonardo C M Savassi.