Associação temporal entre poluição atmosférica e infartos do miocárdio

Este grupo de investigadores britânicos examinaram as interações a curto prazo entre os níveis de poluição atmosférica e o risco de infarto do miocárdio (IM). Eles realizaram um estudo cruzando casos estratificados de tempo ligando dados com base em horas do Myocardial Ischaemia National Audit Project (Projeto de Auditoria Nacional de Isquemia do Miocárdio) – MINAP (79.288 infartos do miocárdio incluídos neste estudo) com dados de partículas de 10 micrômetros de diâmetro ou menos (PM 10) ozônio, CO, NO2 e SO2 do UK National Air Quality Archive (Arquivo Nacional de Qualidade do Ar do Reino Unido). Modelos simples e multi-poluentes foram utilizados e ajustes foram feitos para outras condições tais como temperatura, umidade, doenças infecciosas, etc.

Os pesquisadores descobriram que: “Em modelos de poluição simples, os níveis de PM10 e NO2 foram associados com um aumento a curto prazo no risco de infarto do miocárdio de 1 a 6 horas depois (riscos em excesso de 1,2% e 1,1%, respectivamente por aumento de 10 ìg/m3). Os efeitos persistiram nos modelos multi-poluentes, embora com apenas fraca evidência de um efeito PM10 independente. O aumento no risco imediato foi seguido por reduções no risco em defasagens maiores: não encontramos evidência de qualquer excesso de risco líquido associado com os cinco poluentes estudados no período de 72 horas após a exposição.”

O pesquisadores concluíram que: “Altos níveis de PM10 e NO2, que são normalmente marcas relacionadas à poluição de tráfego, parecem ser associados com aumento transitório de risco de infarto do miocárdio de 1 a 6 horas após exposição, porém reduções posteriores do risco sugerem que a poluição atmosférica pode ser associada a causar efeitos com o passar do tempo (“deslocação a curto prazo”) ao invés de aumentar o risco por completo. O efeito bem estabelecido da poluição atmosférica na mortalidade cardiorespiratória pode não ser mediada pelo aumento do risco agudo de infarto do miocárdio, mas por outro mecanismo.”
 

Pequenas partículas e poluição atmosférica de óxido nitroso estão vinculadas ao aumento a curto prazo ao risco de infarto do miocárdio, mas estas parecem estar associadas a prévias ocorrências de infarto ao invés de aumento do risco global.

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BMJ 343:d5531, 20 de setembro 2011 © 2011 BMJ Publishing Group Ltd.
The effects of hourly differences in air pollution on the risk of myocardial infarction: case crossover analysis of the MINAP database. Krishnan Bhaskaran, Shakoor Hajat, Ben Armstrong, et al.. Correspondência para K Bhaskaran: krishnan.bhaskaran@lshtm.ac.uk

Categoria: K. Circulatório. Palavras-chave: infarto do miocárdio, poluição atmosférica, partículas, óxido nitroso, curto prazo, estudo de cruzamento de dados, observatório de revistas.
Sinopse editada por Dr Paul Schaefer, Toledo, Ohio. Publicado em Global Family Doctor 14 de outubro de 2011