Esse estudo feito por autores dos Estados Unidos utiliza dados de um experimento social para avaliar a relação entre a variação aleatoriamente designada nas condições da vizinhança e a obesidade e diabetes. De 1994 a 1998, o Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano designou de forma aleatória 4498 mulheres com filhos vivendo em conjuntos habitacionais em áreas com censo urbano de pobreza extrema (em que pelo menos 40% da população possui renda abaixo da linha da pobreza federal) para um dos três grupos: 1788 foram designadas para receber vouchers de habitação, que só poderiam ser resgatados se elas se mudassem para áreas com baixo índice de pobreza (em que menos de 10% dos moradores fossem pobres), além de aconselhamento para a mudança; 1312 foram designadas para receber vouchers tradicional e irrestritos, sem aconselhamento especial para mudança; e 1398 foram designadas a um grupo de controle que não recebeu quaisquer das oportunidades citadas. De 2008 a 2010, como parte de acompanhamento de longo prazo, eles mediram os dados indicando os resultados de saúde, incluindo altura, peso e nível de hemoglobina glicosilada (HbA1c).
Eles descobriram: “Como parte de nossa pesquisa de longo prazo, obtivemos dados sobre o índice de massa corporal (IMC) de 84,2% dos participantes e dados sobre o nível de hemoglobina glicosilada de 71,3% dos participantes. As taxas de resposta foram similares entre os grupos randomizados. As prevalências de um IMC de 35 ou mais, IMC de 40 ou mais e um índice de hemoglobina glicosilada de 6,5% ou mais foram mais baixos no grupo que recebeu os vouchers de baixo índice de pobreza do que no grupo controle, com uma diferença absoluta de 4,61 pontos percentuais, 3,38 pontos percentuais e 4,31 pontos percentuais, respectivamente. As diferenças entre o grupo que recebeu os vouchers tradicionais e o grupo controle não foram significativas”.
Os autores concluíram: “A oportunidade de se mudar de uma vizinhança com nível alto de pobreza para uma de nível de pobreza mais baixo foi associada a reduções modestas mas potencialmente importantes na prevalência de obesidade extrema e diabetes. Os mecanismos subjacentes a essas associações ainda não foram esclarecidos mas atraem investigações futuras, devido ao seu potencial em guiar o projeto de intervenções em nível comunitário com o objetivo de melhorar a saúde”.
Morar em uma vizinhança melhor diminui o risco de obesidade extrema, mas não se sabe o motivo exato.
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N Eng J Med 365:1509-1519, 20 de outubro de 2011 © 2011 para Massachusetts Medical Society
Vizinhanças, Obesidade e Diabetes — Um Experimento Social Aleatório. Jens Ludwig, Lisa Sanbonmatsu, Lisa Gennetian, et al. Correspondências a Dr. Ludwig: jludwig@uchicago.edu
Categoria: T. Endócrino/Metabólico/Nutricional, Z. Problemas Sociais. Palavras-chave: experimento social, obesidade, diabetes, habitação, vizinhança, vouchers, ensaio controlado randomizado, Journal Watch.
Sinopse editada por Dr Linda French, Toledo, Ohio. Publicado em Global Family Doctor em 8 de novembro de 2011