Uma minoria importante de pacientes com infarto do miocárdio, normalmente composta por mulheres, não apresenta qualquer obstrução na angiografia. Pesquisadores dos Estados Unidos e Canadá utilizaram diversas tecnologias de imagem para esclarecer o(s) mecanismo(s) de infarto nesses casos. As mulheres foram inscritas no estudo antes da angiografia e aquelas com estenose =50% e com agentes vasopressores foram excluídas. Elas passaram por ultrassonografias intravasculares durante a angiografia e imagens da ressonância magnética cardíaca foram realizadas em seguida.
Os pesquisadores descobriram: “Cinquenta mulheres (idade, 57±13 anos) apresentaram pico mediano de troponina de 1,60 ng/mL e 11 tinham elevação do segmento ST. O diâmetro médio da estenose da pior lesão era de 20% pela angiografia. Quinze pacientes (30%) apresentaram angiogramas normais. Ruptura de placa foi observada em 16 das 42 pacientes (38%) que passaram por ultrassonografia intravascular. Houve descobertas de imagens anormais de ressonância magnética cardíaca do miocárdio em 26 das 44 pacientes (59%) que passaram por ressonância magnética cardíaca, realce do gadolínio tardio em 17 pacientes, e hiperintensidade de sinal em T2 indicando edema em mais 9 pacientes. O modelo mais comum de realce do gadolínio tardio foi isquêmico (transmural/subendocárdico). Modelos não-isquêmicos de realce do gadolínio tardio (meio-miocárdico/subepicárdico) também foram observados. Apesar de o realce do gadolínio tardio não ter sido frequente com ruptura de placa, a hiperintensidade de sinal em T2 se mostrou comum com ruptura de placa”.
Os pesquisadores concluíram: “Ruptura de placa e ulceração são comuns em mulheres com infarto do miocárdio sem doença arterial coronariana obstrutiva demonstrada por angiografia. Ademais, realce do gadolínio tardio é comum neste coorte de mulheres, com um modelo isquêmico de dano mais evidente. Vasoespasmo e embolia são possíveis mecanismos de realce do gadolínio tardio isquêmico sem ruptura de placa. Imagens de ressonância magnética cardíaca e ultrassonografia intravascular oferecem visões complementares de mecanismos sobre o infarto do miocárdio em pacientes do sexo feminino sem doença arterial coronariana obstrutiva e podem ser úteis na identificação de terapias e causas em potencial”.
Este estudo lança uma luz importante sobre os mecanismos de infarto do miocárdio na ausência de doença arterial coronariana obstrutiva
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Circulation 124(13):1414-1425, 27 de setembro de 2011 © 2011 American Heart Association, Inc.
Mecanismos do Infarto do Miocárdio em Mulheres sem Doença Arterial Obstrutiva. Harmony R. Reynolds, Monvadi B. Srichai, Sohah N. Iqbal, et al. Correspondências a Harmony R. Reynolds: Harmony.Reynolds@NYUMC.org
Categoria: K. Circulatório. Palavras-chave: infarto do miocárdio, mulheres, não-obstrutivo, ultrassonografia, imagem por ressonância magnética, estudo epidemiológico, Journal Watch.
Sinopse editada por Dr Paul Schaefer, Toledo, Ohio. Publicado em Global Family Doctor em 18 de outubro de 2011