É comum que prestadores de cuidados negligenciem a própria saúde quando cuidam de alguém com câncer avançado. Durante esse período, as necessidades dos cuidadores como pacientes são muitas vezes marginalizadas por profissionais da saúde, incluindo Medicos de Família, que podem não enxergar as necessidades dos prestadores de cuidados ao concentrarem-se apenas nas práticas de prestação de cuidados. Médicos de Familia normalmente esperam que os pacientes revelem suas preocupações para que possam responder a elas, mas os prestadores de cuidados como pacientes muitas vezes não atendem às expectativas dos MF. As normas de relacionamento quando cuidadores consultam o MF são menos definidas e a forma de interação com o mesmo com relação à própria saúde é subexplorada. Esse subestudo investiga as normas, deduções e sutilezas que regem as consultas entre médico de família e prestador de cuidados, e explora fatores que afetam tal interação de acordo com as preocupações que o cuidador tem em relação à própria saúde. Pesquisadores da Austrália conduziram entrevistas semiestruturadas com seis cuidadores leigos e 19 profissionais de saúde em Brisbane, Austrália, e analisaram as transcrições das entrevistas de forma temática.
As normas tradicionais de envolvimento estão sujeitas a deduções e expectativas que tanto os cuidadores quanto os médicos de família trazem para a consulta. As pressões da prática também influenciam a capacidade e vontade de ambas as partes em discutir a saúde dos cuidadores. No entanto, alguns médicos de família monitoram a saúde dos cuidadores de acordo com as oportunidades. A interação é intensificada pela qualidade da relação entre o médico de família e o cuidador e pela habilidade do médico.
Os pesquisadores concluíram: “Cuidadores são pegos em um paradoxo em que as suas próprias necessidade de saúde ficam subjugadas às necessidades do paciente que recebe os cuidados em um ambiente em que as necessidades dos pacientes normalmente são examinadas e apoiadas. Os cuidadores não conversam sobre suas preocupações com relação à saúde com seu médico de família, que precisa sugerir aos cuidadores que é o momento para revelá-las. O uso rotineiro de um lembrete pode ser uma forma de abordar as necessidades dos cuidadores de forma sistemática, mas é preciso que seja complementado pelo desejo e capacidade do médico de família de se envolver com os pacientes com um papel de cuidador. A diferença que os médicos de família podem fazem para a saúde desses pacientes é fundamental”.
Precisamos cuidar dos cuidadores.
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BMC Family Practice (12):110, 5 de outubro de 2011 © 1999-2011 BioMed Central Ltd
Etiqueta de consultas na clínica geral: um estudo qualitativo do que faz diferença para prestadores de cuidados de câncer leigos. Letitia H Burridge, Geoffrey K Mitchell, Moyez Jiwa e Afaf Girgis.
Categoria: HSR. Pesquisa de Serviços de Saúde. Palavras-chave: clínica geral, consultas, prestadores de cuidados, estudo qualitativo, Journal Watch.
Sinopse editada por Dr Stephen Wilkinson, Melbourne, Austrália. Publicado em Global Family Doctor em 4 de novembro de 2011