17º CBMFC e saúde do Brasil: aquele abraço

21 de setembro de 2023

Antes da abertura do congresso iniciar um abraço coletivo pela saúde, a presidente da SBMFC, Zeliete Zambon sintetizou o espírito do evento: “Uma saúde forte tem de estar onde o povo está. Essa é a meta de nossa especialidade”

Ontem, 21 de setembro, virou um marco para a Medicina de Família e Comunidade (MFC) do Brasil. Na cerimônia de abertura do 17º congresso da especialidade (CBMFC), médicas e médicos da linha de frente, professores, gestores da saúde pública e privada, além de representantes dos governos federal, do estado do Ceará e da cidade de Fortaleza, firmaram consenso de que a atenção primária deve ser tratada como prioridade em todos os níveis, recebendo investimentos expressivos, capilarizando a malha de atendimento e ampliando os serviços de residência.

Foto: Henrique Cardozo

Assim como é de entendimento geral que médicas e médicos de medicina de família e comunidade precisam ser cada vez mais valorizados e que passa pela especialidade o avanço das políticas públicas. A propósito, durante sua fala no fechamento da solenidade, a presidenta da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Zeliete Zambon foi curta e efetiva:

“Nossa especialidade deve coordenar o sistema. Temos de formar mais e melhor médicas e médicas de família e comunidade. Precisamos de uma saúde forte. Só seremos um país forte economicamente se tivermos uma saúde forte. Uma saúde forte tem de estar onde o povo está. Essa é a meta de nossa especialidade”.

A cerimônia de boas vindas aos congressistas começou de forma bem característica, como tem sido a marca do CBMFC. Cultura e cura se  misturam todo o tempo, com suas conexões e importância para o corpo e a alma. Assim foi quando antes mesmo da composição de mesa solene, a audiência foi agraciada com a apresentação de músicas típicas pelo grupo Toré Tapeba e um show do grupo Fulô da Aurora.

Foto: Henrique Cardozo

Em seguida, houve a declamação do poema Há braços, de autoria de Rafaela Pacheco, diretora de Comunicação da Sociedade.

O poema

Abraçar. Envolver com o braços, mantendo-o  junto ao peito. 

Cingir com os braços, dar abraços recíprocos. 

Dispor-se em torno de, cercar, envolver. Circundar.

“As águas abraçam todas as ilhas.”

Abraços acumulados, porque estancados.

Abraços cancelados. Não mais abraçados.

Abraços de olho, de longe, abraços telepáticos.

Abraços entre mundos para nunca mais. 

(Ou logo mais?)

Abraços de voz. De luvas, de máscaras.

Abraços de foto, de video, de vidro

Abraços para agora, 

para já, 

porque já passou da hora.

 

Mesa Composta

A partir de então, as cerimonialistas saudaram os congressistas: “Estamos muito felizes em receber todo mundo no nosso mundo MFC. Nós somos a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Gestão Esperançar com Todas as Letras e representamos a MFC de todo o Brasil!”

A mesa foi composta momentos após. Teve Zeliete Zambom, o presidente do 17º CBMFC e presidente da Associação Cearense de MFC, Roberto Bob Maranhão; o presidente de honra do CBMFC, vice-presidente da SBMFC, Marco Túlio Aguiar; a representante da Confederación Iberoamericana de Medicina Familiar,  Jaqueline Ponzo; o secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (MS), Nésio Fernandes; o coordenador geral de Gestão da Educação em Saúde do Ministério da Educação, Francisco de Assis; o secretário de saúde indígena do MS, Weibe Tapeba; o diretor de programa da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do MS, Aristides Vitorino Neto;  o diretor de atendimento ao associado da Associação Médica Brasileira (AMB), José Aurillo, representando o presidente César Eduardo Fernandes; a secretária executiva de Políticas de Saúde do Estado do Ceará, Maria Valdelice Mota; e o secretário municipal de saúde de Fortaleza, Galeno Taumaturgo.

Discursos e musicais

Foto: Henrique Cardozo

O grupo Fulô da Aurora retomou o protagonismo outra vez para o Hino Nacional, apresentado em ritmo regional. Também executou o hino não oficial, mas do coração, do Ceará.

Encerrados os acordes, Roberto Bob Maranhão fez uso da palavra pouco depois para saudar a audiência. Ressaltou o êxito do Congresso, a força da especialidade e a relevância de médicas e médicos. Ele emocionou-se e emocionou a todos compartilhando vivências e até momentos com sua mãe. Encerrou desejando a todos: “Axé”.  

Autoridades seguiram o protocolo de discursos e chegou a vez de Marco Túlio, presidente de honra do CBMFC. Sua intervenção valorizou o fato de as três instâncias de governo estarem na mesa, o que remete à importância da especialidade:

“As médicas e os médicos família e comunidade, todos nós, abraçamos nossos pacientes. A estratégia de saúde deve ser fortalecida permanentemente. A busca de um novo mundo passa por aí”.

Foi a vez do secretário da SESAI, Weibe Tapeba, se pronunciar.Houve ainda homenagens a dois saudosos mestres da especialidade (Carlos Grossman e o professor Busnello) apresentadas pelo colega João Werner Falk.

Foto: Henrique Cardozo

Promessa de investimentos

Veio mais uma sequência de explanações de componentes da mesa e microfone passou a Nésio Fernades da SAPS. Ele fez um reconhecimento público ao trabalho desenvolvido pela atual diretoria e pela presidenta Zeliete Zambon em consonância com o Governo Federal para qualificar a saúde e torná-la realmente um direito ao dispor de todos. Registrou que o presidente Luiz Ignácio Lula da Silva e a ministra da Saúde Nísia Trindade compartilham da visão de que a MFC é prioridade da gestão.

“Todos nós reconhecemos a liderança e a parceria da SBMFC. Enfrentamos tempos turbulentos e a SBMFC esteve todo o tempo conosco para a construção de uma linha para a saúde e de boas políticas para a área. Em quatro anos, queremos chegar a R$ 20 bilhões de investimentos na medicina de família e comunidade. Nós vamos transformar a MFC, será uma revolução. Aposto na juventude, nos novos médicos e médicas como agente de mudanças”.

Antes de um coquetel bem cara do Brasil, com cerveja e salgadinhos, a presidente da SBMFC, Zeliete Zambon, desejou um ótimo congresso a todos e teceu a declaração do início deste texto, mas que vale reproduzir:    

“Nossa especialidade deve coordenar o sistema. Temos de formar mais e melhor médicas e médicas de família e comunidade. Precisamos de uma saúde forte. Só seremos um pais forte economicamente se tivermos uma saúde forte. Uma saúde forte tem de estar onde o povo está. Essa é a meta de nossa especialidade”.

Tá dito. Vamos fazer!!!