SBMFC entrevista: vamos falar sobre o CBMFC 2019?

16 de junho de 2019

Nesta semana, Denize Ornelas, diretora de comunicação e Daniel Knupp, presidente da SBMFC, e membros da organização do evento, participaram da coluna SBMFC entrevista sobre o CBMFC. 

O último prazo para inscrições online foi prorrogado para dia 24 de junho: www.cbmfc2019.com.br 

Estamos há pouco mais de 30 dias do CBMFC, quais os destaques da 15ª edição?

O CBMFC 2019 é um congresso diferente de todos os outros. Para começar, não há patrocínio ou apoio da indústria farmacêutica, o que garante uma liberdade de temas e atividades sem nenhuma influência, propaganda de medicamentos e conflitos de interesse.

Todos os temas das atividades científicas são sugeridos pelos próprios congressistas. É literalmente um evento construído a diversas mãos pois até dezembro de 2018, a comissão científica recebeu centenas de sugestões de temas e montou uma grade diversificada com assuntos que fazem parte do dia a dia da atenção primária, focados no aprimoramento nas necessidade e dificuldades reais vividas nos consultórios, residências e na academia.

Outro destaque é a quantidade de trabalhos aprovados. Durante o congresso, 1069 aprovados, distribuídos entre 360 Comunicações Orais Coordenadas e 709 pôsteres digitais, serão apresentados.

Sobre os convidados internacionais, teremos palestras de Iona Heath (Reino Unido), Jacqueline Ponzo (Uruguai), Roberto Janett (Estados Unidos) e Rui Nogueira (Portugal). 

Quem ainda não se inscreveu, consegue participar com desconto?

Sim. O último lote é válido até 24 de junho. Após a data, as inscrições serão feitas apenas no local do evento. Ainda, é possível ter um valor exclusivo quando o participante é sócio adimplente da SBMFC. Todos os valores, de acordo com a categoria, estão disponíveis na página: https://bit.ly/2HT1Gtv.

O evento será entre 10 e 13 de julho. Diferentemente das últimas edições, não haverá o pré-congresso e o encerramento será no sábado. Por que essas mudanças foram implementadas?

O pré-congresso tinha como base atividades de entidades parceiras como Waynakay Brasil, Alasf e fóruns temáticos. Para otimizar o tempo, agregamos algumas já no primeiro dia de congresso e outras ao longo dos outros dias, para que domingo, os congressistas possam retornar aos lares com tranquilidade e tenham tempo para descansar, já que segunda-feira, a maioria retorna às atividades profissionais.

Por que é importante a participação dos médicos de família e comunidade no evento?

O congresso agrega diversas contribuições para a maleta do Médico de Família, desde a atualização científica com discussões focadas nos Princípios da Medicina de Família e Comunidade passando pelo uso de ferramentas como a Medicina Baseada em Evidência, a prevenção quaternária, habilidades de comunicação até palestras em que se espera a repercussão de dados atualizados sobre Políticas de Saúde e Educação relacionados à formação em APS. Um outro diferencial é a abordagem na perspectiva interdisciplinar – com outras profissões e especialidades médicas e a discussão sobre a inserção da MFC na Saúde Suplementar também estará presente.  

Quais as atrações da grande científica os congressistas não podem perder?

Mas toda a grade científica, que está completa e disponível no site, tem atrações que esperam contemplar o interesse de todos os congressistas: dos profissionais formados e já atuantes na APS aos estudantes e residentes. E cada congresso, cresce a participação de médicos recém-formados de forma que na programação eles podem conhecer um pouco mais sobre a Medicina de Família e Comunidade e já se preparar para prova de Título na especialidade, ganhando novos conhecimentos por exemplo nos Temas de Atualização Clínica e pontuação para a análise curricular.

Sobre as tecnologias para o dia a dia da MFC, quais temas podem ser destacados?

A organização da agenda do médico e a facilitação do contato com as pessoas sob seu cuidado, o uso de aplicativos, prontuários eletrônicos integrados, telessaúde, a possibilidade de maior oferta de serviços na sua clínica ou unidade de saúde com a utilização de equipamentos como eletrocardiograma e espirômetros digitais, aparelhos de eletrocirurgia, criocautério, microscópios, auto refratores, retinógrafos, etc.

Já no âmbito das Tecnologias leves, trouxemos para o Brasileiro uma novidade que foi muito bem avaliada no I Congresso Sudeste de MFC: as TEDIs – Temas de Debate e Inovação sobre o cotidiano e experiência de quem vive APS.

Por que Cuiabá foi a cidade escolhida para a sede desta edição?

Em 15 edições, esta será a primeira na região Centro-Oeste. A escolha foi feita, a partir de votação dos representantes das associações estaduais da SBMFC, durante reunião do Conselho da SBMFC realizada em Curitiba, durante o 14°CBMFC. Liderada por Sofia Bernardo, presidente do CBMFC 2019, a Associação Mato-Grossense de Medicina de Família e Comunidade se candidatou com apresentação de estrutura física adequada para receber os mais de três mil congressistas, assim como ampla diversidade turística, com setor hoteleiro que dispõe de capacidade de atendimento aos participantes e grande variedade de bares e restaurantes.

Em 2021, o 16º CBMFC será em Vitória, junto ao Congresso Iberoamericano de Medicina de Família e Comunidade.

Como a comissão organizadora escolheu o tema?

O tema escolhido foi Boas Práticas na Medicina de Família e Comunidade, o que reforça a importância de manter uma alta qualidade de atenção, desde a forma que os profissionais se relacionam com a pessoa que buscam cuidado até no proporcionar opções terapêuticas que visem uma melhor qualidade de vida, levando em conta as preferências da pessoa e os aspectos que a envolvem, desde o ambiente em que se vive, aos contextos social, econômico e familiar. Para isso o profissional deve estar atualizado, dominar habilidades e técnicas mas sobretudo, assumir uma atitude – que no caso da especialidade está muito representada pelo uso das mãos.

Esperamos que o CBMFC possa discutir a influência na nossa prática dos cenários em que atuamos, da tecnologia, das políticas de saúde, ao reconhecer os conflitos de interesse que atravessam a prática médica e principalmente, o papel da formação do MFC em estimular que a busca da excelência através de boas práticas – baseadas não só em evidências – mas no desafio cotidiano de assumirmos uma postura ética e comprometida com os princípios da especialidade.

Já que não há patrocínio da indústria farmacêutica, os custos do congresso são arcados como?

O evento é custeado pelas inscrições, expositores e entidades parceiras como as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, assim como instituições de ensino. Editoras e livrarias também apoiam o evento ao participarem da área de exposição com stands com vendas de livros relacionados à especialidade. Reforçando que nenhum palestrante recebe cachê pelas apresentações.

Nem só de ciência vive o CBMFC. A agenda cultural promete muitas atividades?

Sim, entre elas o nosso famoso campeonato de futebol que acontece depois das aulas científicas. Nesta edição, ainda teremos caminhada e corrida, as informações serão divulgadas em breve. Durante os intervalos, apresentações de música trarão um ambiente descontraído para os momentos de reencontro com colegas de todo o país e da América Latina. Os concursos têm papel integrativo e ressaltam o perfil artístico dos participantes com produções de vídeos, fotos, poesia, prosa e música.

Cursos complementares serão realizados durante o congresso?

Sim. Os congressistas que quiserem aproveitar a oportunidade, poderão realizar os cursos de ECG na APS e Abordagem Musculoesquelética. As inscrições são a parte no congresso, mas serão ministradas no Centro de Eventos do Pantanal, durante a carga horária do CBMFC.