10 de Outubro: Dia Nacional de Luta contra a violência à mulher

10 de outubro de 2020

  • 1890 homicídios dolosos de mulheres, sendo 631 feminicídios, apenas nos primeiros seis meses de 2020 (1)
  • A cada nove horas, uma mulher é vítima de feminicídio no Brasil (5)
  • 180 estupros por dia, só no Brasil (3)
  • Mais de 500 mulheres são agredidas a cada hora no Brasil. (4)
  • Durante a pandemia da Covid-19, as denúncias de violência contra a mulher aumentaram em 40% (2)
  • Em São Paulo, durante a pandemia, a violência contra a mulher aumentou 44%, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Essas são as histórias que chegam às estatísticas oficiais. Esses números são ainda maiores. Muitas denúncias não são feitas por medo, por dependência econômica e emocional, e até falta de uma rede de apoio que acolha e oriente a vítima de agressões físicas, sexuais, verbais e emocionais.

As mulheres continuam sendo violentadas por serem mulheres. Esse é o retrato da violência de gênero no Brasil.
Profissionais da atenção primária à saúde estão em posição privilegiada para acolher essas mulheres de forma indiscriminada, entende-las em seu contexto familiar e comunitário, em suas particularidades e potencialidades.

Ajuda-las a ter voz e quebrar esse ciclo de violência. Devem estar atentos para reconhecer a violência como agenda oculta, como fonte silenciada de sofrimento e prover o ambiente acolhedor e seguro para que essas mulheres sejam ouvidas e cuidadas.

Devem conhecer e divulgar meios de denúncia como Disque 180, Disque 100 (disponíveis 24h por dia, todos os dias); o aplicativo Direitos Humanos Brasil; os sites ouvidoria.mdh.gov.br, disque100.mdh.gov.br, ligue180.mdh.br – além de recursos locais e comunitários de apoio e proteção nesses casos.

A SBMFC repudia qualquer forma de agressão. A violência de gênero é um agravo de saúde pública, é um problema sistêmico que precisa ser efetivamente enfrentado, dentro e fora dos consultórios, de forma interdisciplinar e intersetorial. E todos temos nosso papel a cumprir para uma sociedade mais equânime e menos violenta.

 

Referências:

  1. Assassinatos de mulheres sobem no 1º semestre no Brasil, mas agressões e estupros caem; especialistas apontam subnotificação durante pandemia. G1. Disponível em <https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2020/09/16/assassinatos-de-mulheres-sobem-no-1o-semestre-no-brasil-mas-agressoes-e-estupros-caem-especialistas-apontam-subnotificacao-durante-pandemia.ghtml>

  2. Violência contra a mulher aumenta em meio à pandemia; denúncias ao 180 sobem 40%. Disponível em <https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2020/06/01/violencia-contra-a-mulher-aumenta-em-meio-a-pandemia-denuncias-ao-180-sobem-40.htm?cmpid=copiaecola>
  3. Brasil registra mais de 180 estupros por dia, número é maior desde 2009. Folha de São Paulo. Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/09/brasil-registra-mais-de-180-estupros-por-dia-numero-e-o-maior-desde-2009.shtml>
  4. Mais de 500 mulheres são agredidas a cada hora no Brasil. Disponível em <https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/02/26/mais-de-500-mulheres-sao-agredidas-a-cada-hora-no-brasil-diz-pesquisa.ghtml>
  5. Uma mulher é morta a cada nove horas durante a pandemia no Brasil. Disponível em <https://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2020/10/uma-mulher-e-morta-cada-9-horas-durante-pandemia-no-brasil.html>