Valor Econômico traz perfil do ministro da Saúde

27 de abril de 2011

A trajetória do ministro da Saúde e presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Alexandre Padilha, desde a época de militância contra a ditadura até sua rápida ascensão, que o levou de chefe de gabinete à gestor da pasta da Saúde, uma das mais importantes do Governo Federal, foi retratada na reportagem especial “O meteoro petista na Esplanada”, publicada pelo jornal Valor Econômico de 25 de abril.

Na matéria, foram destacadas as contribuições à saúde indígena enquanto diretor da Funasa, em 2004, primeiro mandato de Lula, sua posição quanto ao aborto, sua responsabilidade pelo controle social como presidente do CNS e suas propostas para melhorar a percepção da população em relação ao SUS. Entre as medidas, ressaltou a proposta de mudar o repasse de recursos por avaliações de desempenho.

Diante destes pontos polêmicos, foram ouvidas as opiniões do presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Gustavo Gusso, o secretário do conselho do Rio Grande do Sul, Paulo Humberto Silva, o antecessor de Padilha, José Gomes Temporão, entre outros.


No caso da gestão do CNS, Humberto Silva questionou como poderá haver imparcialidade na fiscalização do CNS se o “fiscalizado passará a fiscalizar” e Temporão também declarou-se contrário à presidência do órgão por um ministro.


Quanto as propostas apresentadas por Padilha, Gusso ressaltou ao Valor Econômico em entrevista por telefone que, apesar de haver diálogo com o MS por meio do Departamento de Atenção Básica à Saúde, ainda há pontos críticos como a definição dos caminhos para o financiamento efetivo da saúde, ao invés de suspender novos incentivos aos profissionais de saúde e também da necessidade de promover novas ações e não apenas “apagar incêndios com campanhas de prevenção já conhecidas”.

“A SBMFC tem estreitado as conversas com o MS por meio de reuniões como a que ocorreu em março com o diretor do DAB, Hêider Pinto, ocasião em que foram discutidos os planos da nova gestão para a MFC, ESF e APS”, relata Gusso. Em nota oficial redigida diretoria da SBMFC relata que houve no encontro “um aceno para uma valorização da atenção básica através de aumento dos recursos financeiros. Entretanto os pontos aparentemente positivos, ainda precisam de definição mais clara dos processos de execução. Pode ocorrer um estímulo a competição de modelos de APS. E, diante disso, o modelo hegemônico anátomo-clínico, cartesiano e reducionista que pretendemos transformar pode ganhar fôlego”. (Confira esta nota na íntegra)

Baixe a reportagem aqui


Nota: A‘falta de diálogo’ citada como ponto crítico na reportagem publicada pelo Valor Econômico, foi mal empregada, por não ter sido colocada como ponto crítico, visto que há diálogo. Na verdade, faltam definições claras das diretrizes a serem tomadas para valorização da APS e da MFC, bandeiras pelas quais a SBMFC tem levantado em todas as gestões de Saúde, em suas três décadas de exercício.